segunda-feira, 7 de julho de 2008

O MONSTRO CHAMADO: CAPITALISMO

A luta imperialista entre os principais Estados do capital para uma nova partilha do mundo provocou a primeira guerra mundial imperialista (1914-1918). Esta guerra abalou as bases de todo o sistema capitalista mundial e inaugurou o início do período da sua crise geral. Ela pôs ao seu serviço todos os recursos econômicos dos países beligerantes, transformando-os num punho férreo do capitalismo de Estado, implicou gigantescas despesas improdutivas, destruiu uma enorme quantidade de meios de produção e de mão-de-obra, arruinou as grandes massas populares, impôs inumeráveis encargos aos operários industriais, aos camponeses e aos povos coloniais. Agravou fatalmente a luta de classes, que se transformou em ação revolucionária de massas e em guerra civil. A frente imperialista quebrou-se no seu setor mais frágil, na Rússia czarista. A revolução de Fevereiro de 1917 derrubou o poder dos grandes proprietários fundiários. A revolução de Outubro derrubou o poder da burguesia. Esta revolução proletária vitoriosa expropriou os expropriadores, tirou à burguesia e aos grandes proprietários fundiários os meios de produção; pela primeira vez na história da humanidade, ela estabeleceu e fortaleceu a ditadura do proletariado, num grande país; realizou um novo tipo de Estado, o Estado soviético, e inaugurou a revolução proletária internacional. Com base no abalo profundo do capitalismo mundial e no agravamento da luta de classes, e sob a influência imediata da revolução proletária de Outubro, produziram-se diversas revoluções e diversos movimentos revolucionários, tanto na Europa como nos países coloniais e semi-coloniais: em março de 1918, revolução operária na Finlândia; em agosto de 1918, no Japão, as “revoltas” do arroz; em novembro do mesmo ano, revoluções na Áustria e na Alemanha, que derrubaram o regime das monarquias semi-feudais; em março de 1919, revolução proletária na Hungria e insurreição na Coréia; em abril de 1919, poder soviético na Baviera; em abril de 1920, revolução nacional burguesa na Turquia; em setembro do mesmo ano, ocupação de fábricas na Itália; em março de 1921, insurreição da vanguarda operária na Alemanha; em setembro de 1923, insurreição na Bulgária; no outono do mesmo ano crise revolucionária na Alemanha; em dezembro de 1924, insurreição na Estônia; em abril de 1925, levantamento em Marrocos; em agosto do mesmo ano levantamento na Síria; em maio de 1926, greve geral na Inglaterra; em julho de 1927, insurreição operária em Viena.Todos estes fatos e acontecimentos, como o levantamento na Indonésia, a efervescência profunda nas Índias, a grande revolução chinesa, que abalou o continente asiático, aparecem como os elos de uma mesma cadeia revolucionária internacional, como as partes constitutivas de uma profunda crise geral que atravessa o capitalismo. Este processo revolucionário mundial compreendeu a luta direta pela ditadura do proletariado, as guerras nacionais de libertação e as insurreições coloniais contra o imperialismo, intimamente ligadas com o movimento agrário de milhões de camponeses. Deste modo, enormes massas humanas viram-se arrastadas pela corrente revolucionária. A história universal entrou numa nova fase da sua evolução, na fase da crise geral prolongada do sistema capitalista. Nesta fase, a unidade da economia mundial encontra a sua expressão no caráter internacional da revolução. A desigualdade de desenvolvimento das suas diversas partes reflete-se na não simultaneidade das revoluções nos diversos países.As primeiras tentativas de revolução, surgidas durante a crise aguda do capitalismo (1918-1921) terminaram com a vitória e consolidação da ditadura do proletariado na URSS e em derrotas do proletariado em diversos países. Estas derrotas são, antes de tudo, devidas à tática de traição dos chefes social-democratas e dos leaders reformistas do movimento sindical; e em segundo lugar a conseqüência de que os comunistas não tinham ainda o apoio da grande maioria da classe operária e não existia ainda Partido Comunista em vários países importantes. Na seqüência destas derrotas, que tornaram possível a nova exploração das massas do proletariado e dos povos coloniais e uma queda acentuada do seu nível de vida, a burguesia pôde realizar uma estabilização parcial das relações de produção capitalista. 2 – A crise revolucionária e a social-democracia contra-revolucionária No curso da revolução mundial, adquiriram uma importância particular enquanto forças contra-revolucionárias lutando ativamente contra a revolução e sustentando a estabilidade parcial do capital, por um lado, os chefes social-democratas e por outro lado, as organizações de combate de tipo fascista. A crise produzida pela guerra de 1914-1918 foi acompanhada pela falência vergonhosa da II Internacional social-democrata. Em contradição flagrante com a tese do Manifesto Comunista de Marx e Engels, segundo a qual, em regime capitalista, os proletários não têm pátria, em contradição flagrante com as resoluções contra a guerra dos Congressos de Stuttgart e de Bale, os chefes dos partidos social-democratas nacionais, à exceção de alguns casos isolados, votaram os créditos de guerra, pronunciaram-se resolutamente pela defesa das “pátrias” imperialistas (isto é, das organizações de Estado da burguesia imperialista) e, em vez de lutarem contra a guerra imperialista, tornaram-se nos seus fiéis soldados, nos seus propagandistas e protagonistas do social-patriotismo transformado em social-imperialismo. No período seguinte à guerra a social-democracia apoiou os tratados de rapina (Brest-Litovski, Versailhes); interveio como uma força ativa ao lado dos generais quando da repressão sangrenta dos levantamentos operários (Nosk); levou a cabo uma luta armada contra a primeira República proletária (a Rússia dos sovietes); traiu perfidamente o proletariado que tinha conquistado o poder (Hungria); aderiu à Sociedade das Nações imperialistas (Thomas, Paul-Boncour, Vandervalde); pôs-se abertamente ao lado dos imperialistas contra os escravos coloniais (Partido Trabalhista Inglês); apoiou ativamente os carrascos mais reacionários da classe operária (Bulgária, Polônia); tomou a iniciativa das “leis militares” imperialistas (França); traiu a greve geral do proletariado inglês e ajudou a esmagar a greve dos mineiros; ajudou e ajuda a asfixiar a China e a Índia (governo de MacDonald); é propagandista da “Sociedade das Nações” imperialistas, o arauto do capitalismo e a força organizada da luta contra a ditadura do proletariado na uRSS (Kautsky, Hilgerding). Prosseguindo sistematicamente esta política contra-revolucionária, a social-democracia atua ativamente com a ajuda das suas duas alas: a ala de direita, abertamente conta-revolucionária, é necessária para fazer as negociatas com a burguesia; a ala de “esquerda” é necessária para enganar habilmente os operários. A social-democracia de “esquerda”, que joga com frases pacifistas e até por vezes com frases revolucionárias, atua com efeito contra os operários, particularmente nos momentos mais críticos (“independentes” ingleses e chefes de “esquerda” do Conselho Geral quando da greve geral de 1926, Otto Bauer & Cia, quando do levantamento de Viena, etc.), sendo, por isso, a fração mais nociva dos partidos social-democratas. Sem deixar de servir os interesses da burguesia no seio da classe operária, colocando-se inteiramente no terreno da colaboração de classes e da coligação com a burguesia, a social-democracia toma periodicamente uma atitude de oposição e leva a cabo, fingidamente, lutas econômicas unicamente com o objetivo de ganhar a confiança de uma parte da classe operária e de trair da maneira mais ignóbil os seus interesses gerais, em particular quando dos combates de classe decisivos. Na atualidade, a função essencial da social-democracia consiste em minar a unidade combativa do proletariado, necessária na sua luta contra o imperialismo, pois ao trair e desmoralizar a frente única da luta proletária contra o capital, ela transforma-se no apoio mais firme do imperialismo no seio da classe operária. A social-democracia de todos os matizes, a II Internacional e a sua sucursal sindical, a Federação Sindical de Amsterdam, tornaram-se assim a reserva da sociedade burguesa, o seu suporte mais seguro. 3 – A crise do capitalismo e o fascismo Ao lado da social-democracia, através da qual a burguesia esmaga os operários ou adormece a sua vigilância de classe, ergue-se o fascismo. A época do imperialismo, o agravamento da luta de classes e o crescimento, sobretudo depois da guerra imperialista mundial, dos elementos de guerra civil provocaram a crise do parlamentarismo. Deste modo, “novos” métodos e formas de governo (por exemplo, o sistema de gabinetes pouco numerosos, a criação de grupos oligárquicos que atuam na sombra, a degenerescência e a falsificação das funções da “representação nacional”, a limitação e a suspensão das “liberdades democráticas” , etc.). Este processo de ofensiva da reação burguesa-imperialista adota, em condições históricas determinadas, a forma de fascismo. Tais condições são: a instabilidade das relações capitalistas; a existência de importantes elementos sociais deslocados; o empobrecimento de grandes camadas da pequena-burguesia agrária e, finalmente, a ameaça constante de ações de massa do proletariado. Com o fim de assegurar uma estabilidade, uma firmeza e uma continuidade maior do poder, a burguesia é constrangida cada vez mais a passar o sistema parlamentar ao método fascista, independente das relações e combinações entre partidos, mascarando-o com a “idéia nacional”, da representação “corporativa

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