sexta-feira, 27 de junho de 2008

O Engodo


É muito comum ouvir a expressão artista independente, porém não acredito nessa expressão.
Artista independente para mim é Silvio Santos, que é dono do próprio canal de Tv, faz o que gosta e tem dinheiro suficiente para isso. Como que um artista oriundo da classe operária sem recursos pode dizer que é independente?
Sem dinheiro não se faz nada, você pode ampliar o seu leque de divulgação na Internet, porém além da Web estar sobrecarregada de tanta informação e coisas inúteishá ainda certos monopólios virtuais, pois quem mais tem mais pode ( capitalismo puro ),as companhias migraram para a internet, o Myspace é jabazeiro, logo o Youtube e Google também.
Artista é bicho bobo, reclama, diverge, mas basta algum mecenas inescrupuloso lhe lustrar o ego que ele vende sua alma.
As rádios nunca tocaram tanta "Britney Spears" na vida, os músicos perderam espaço para os amadores, há inúmeros cantores de videokês, tocadores "marrecos", picapaus, garageiros que só fazem barulho e pouca música. Porém são filhinhos de papai, então tem dinheiro para encher o saco e ous ouvidos dos outros.
A independência sonhada pelos artistas e divulgada é um engodo, uma forma de acalmar o anseio artístico, um lustre no "eguinho" dos egocêntricos, o que deveríamos fazer é inúmeras expressões artísticas, protestos em frente aos meios de comunicação, chamar a atenção e exigir nossa música nos rádios e espaços mais democráticos na TV.
Eu estou cansado de ver 300 vezes o mesmo pulha ou a mesma chata aparecendo e mostrando suas músicas enquanto eu e outros artistas temos míseros ou nenhum espaço na grande mídia.

domingo, 15 de junho de 2008




O Objeto

Três sujeitos passeando numa tarde de domingo, é uma das coisas mais comuns que pode haver. Mas algo curioso cruzou o caminho dos três amigos:
Um objeto, estranho, nada parecido com um avião nem com algo conhecido, nem as formas usuais de Óvnis ou naves espaciais. Era um objeto não identificado mesmo.
Movimentou-se rapidamente e pousou no meio do pasto por onde caminhavam os três sujeitos.
O mais velho ficou com medo, o menor arriscou olhar, e o do meio paralizou-se.
- Vou até lá. – anunciou o mais corajoso.
- Você é louco isso deve ser coisa do diabo.
O diálogo dos amigos nos chama a atenção para uma observação:
O homem sempre busca o desconhecido e quando o vê frente a frente ou o amaldiçoa quando acovarda ou enfrenta mesmo com risco ou medo, vale completar que quando a situação aperta e o provérbio “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come” concretiza é melhor enfrentar, pois “se enfrentar o bicho foge”.
Outra observação é em relação aos três, já perceberam o quanto a tríade de elementos nos acompanha em nosso imaginário? Três porquinhos que enfrentaram um lobo mau, ou Pai, filho e espírito santo. Ou mesmo o trabalho que vem do Latim “Tribalho” onde a origem se refere à punição do mau escravo (funcionário) que eram punidos em três pedaços de pau chamados “balhos” daí o nome, quem sabe veio incluído o medo de enfrentar o trabalho, ou novas situações na mente das pessoas.
Porém devemos valorizar nossos três elementos em questão, que mesmo apavorados enfrentaram o bicho.
Aproximaram-se devagar da coisa que flutuava, súbito o objeto lançou uma rajada que parecia uma fumaça negra em formatos de bolhas indestrutíveis que simplesmente desintegrou o mais velho. Encerrando nossa tríade.
O mais novo ficou esperto e recuou o do meio apanhou um pedaço de pau e partiu pra cima o objeto sugou o mais novo e se mandou.
Num movimento impressionante o objeto desapareceu levando consigo o rapaz mais novo, quando acordou do susto o rapaz se viu preso dentro de algo desconhecido, flutuando pela cidade de São Paulo, rapidamente estava no Rio de Janeiro e pousou na mão do Cristo redentor.
Morrendo de medo de se esborrachar daquela altura, pensou em fugir quando o objeto levantou vôo novamente.
Voando numa velocidade impressionante o objeto atravessou o país e logo deixou o continente, o planeta, a galáxia.
Quando o rapaz deu por si estava num lugar estranho, com arquitetura impressionan-te, uma mistura de Gaudí com Picasso eram as casas mais populares.
Se houvesse algum terráqueo naquele absurdo mundo teria que ter o perfil do Dali para se sentir em casa.
O rapaz mediano, nada entendia só observava, quando o objeto aterrissou e o cuspiu para fora.
Caído no chão começou a caminhar não sabia se fugia do objeto ou se ficava por perto como chance única de voltar para casa.
O objeto rosnou, ou melhor, emitiu um ruído estranho, o rapaz se afastou em busca de abrigo.
Quando deu por si estava fora de si. E sua mente já não funcionava como outrora, então começou a assimilar aquela nova forma de mundo.
Encostou-se a uma parede dessas construções bizarras e a construção o engoliu.


Dentro da casa viu seres curiosos, eram parecidos com gente, mas tinham trombas, como elefantes. Aproximou-se e pediu ajuda o que recebeu era uma garrafa com um líquido estranho, pensou em beber, mas hesitou.
Puxou um diálogo sem sucesso, mas em sua mente começou a obter respostas, não conseguia explicar a origem de tudo o que houvera, pensou estar morto.
Foi quando se ouviu um bater na porta, o anfitrião trombudo abriu a porta que ficava no teto, era o Objeto que adentrou sem reservas e novamente sugou o rapaz levando-o consigo novamente.
Quando voltou a viajar, passeou rapidamente por entre as estrelas, voltou para a Terra, viu o céu anil com raios e chuva, passou por dentro de um ciclone extratropical e só observou nuvens e fumaça.
Ao aparecer numa nova cidade, começou a ter certo controle sobre o objeto e já conseguia sugerir algumas coisas a ele. Pensou em fazer arte.

Passeou por uma pequena cidade e assustou todo mundo, o objeto ganhou formas divinas e cativou fiéis num país exótico.
Logo estava de volta ao local de onde saiu.
O seu amigo ainda estava lá e o observou assustado, o outro que se desintegrou, foi reintegrado e o objeto o cuspiu e se desfez.
Ninguém comentou nada no caminho de casa, o viajante se afastou definitivamente dos amigos desfazendo de vez a tríade. Em suma, nunca comentou com ninguém o episódio, depois cresceu, casou, fez três filhos e continuou sua vida simples.